Aos poucos e bons. Sempre.

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Seu sorriso. Meu sorriso.



Eu gostava de receber cartas. Lembro-me que as trocava com amiga do colégio. E olha que a gente conversava todos os dias. Mas, sempre tinha alguma coisa que não falávamos e depois escrevíamos. Colecionava adesivos. E as músicas eram ouvidas com disc-man. Devo estar ficando velha. Velha não. Vintage. Balzaquinana. Dessas que olham pra trás e acha tudo tão lindo. Hoje o mundo gira mais rápido que ontem e acredito mesmo que nos perdemos. Outro dia, estava rindo com uma amiga minha (que não cheguei a trocar cartas), que eu tinha um BIP. Daqueles que as pessoas dizia que queriam falar com você e corríamos para o orelhão. Hoje já nem vejo mais orelhões. Porque existe um celular para cada dois habitantes no mundo. Acho que nem existia a palavra conectividade no Aurélio. Se bem que hoje nem existe mais Aurélio. Existe Google. Entretanto, pode existir tablets no lugar de agenda, Mp sei-lá-o-quê no lugar de CD. Aplicativos para decidir que cor de calcinha usar. Pode exisitir tudo isso e mais um pouco. Um amigo na Turquia, na China e outro no Brasil e se falarem todos os dias pelo Sky. Mas, nada, nada nessa vida substitui o cinema juntos. A conversa boa regada a uma cervejinha com risadas gostosas e sonoras. Nada substitui receber flores. Falar bom dia ao vivo. Abraçar quem se quer bem. Nenhum you tube substitui o arrepio de ver seu cantor ou banda preferida em um show, lá no palco, sem a tela do computador, net ou notbook lhe separando. Energia. Nenhum facebook substitui aquelas conversas longas pra você contar quem é, o quê viveu, essas coisas. Dessas que fazem as pessoas se aproximarem, se gostarem, serem amigos e se amarem. Sinto falta das cartas. Sinto falta das coisas simples. Do contato. Meus amigos sempre estavam e estarão presentes. Eu sei. Mas desses que falo, são aqueles que conheci e que cultivamos o amor sem essa tal de conectividade fazer parte das nossas vidas. E eles permaneceram de tal forma que nenhum e-mail substitui nossa tarde. Seja ela com sorvete, seja ela com viagem, seja ela com churrasco ou seja ela com uma noitada. Somos a geração do avanço, da tecnologia devassa nas nossas vidas. Entretanto, fomos criados com aquelas cartas, com desenhos sem violência e com respeito. Está aí. Tenho os melhores homens e as melhores mulheres ao meu lado. E viva a conectividade do blogg para que vocês possam ler isso! Porém, tenho dito que nada me faz tão feliz do que ver o sorriso de vocês.

5 comentários:

  1. Pode ser pastel de queijo na fila do pão? Rs...

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  2. Delícia de texto...

    Me identifiquei muito. Acessei internet so aos 17 anos e, por isso, nada me traz de volta a surpresa das cartas...

    um beijo

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  3. Aê, prima, está realmente belo o seu texto, puro, simples e ao mesmo tempo profundo, realmente muito humano, do fundo da alma. Ah, quantas reflexões ele me traz também, dos nossos bons tempos que tenho orgulho sempre contar quando converso com diversas pessoas por aí !!!
    Salve, minha querida Elisabete !!!!
    RR*

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