Aos poucos e bons. Sempre.

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tempo, mano velho.







E quanto tempo fica até ter a capacidade de não lembrar mais? Quanto tempo dura o cheiro impregnado? Na roupa, no cabelo, na casa, na sala, em você? Em mim. Tempo, mano velho, vem e faz voar tudo o que não existiu daqui pra longe. Bem longe. Não esse longe que fica perto do coração. E sim, daquele que a gente ri quando lembra. Quando relembra. Daquele que congela no passado e deixa o presente lindo e querido existir. Vento bom, oferece à brisa fria pra bater desses lados daqui e leva como a onda do mar. Mar, traga aquela espuma branca que renova o pedido eterno de esperança. Tempo, enrrugue meus olhos com sabedoria. Faça-os enxergar o verdadeiro. Olhos, deixe meu coração depois de você. Ensine-o a bater depois de uns dias. Que o sangue que vem dele, viva pelo meu corpo. Tudo junto numa coisa só. Traga minha alma de volta. Aquela que foi livre um dia. Sentir-se presa sem correntes talvez seja a pior sensação de quem tem asas. Mais fácil voar. Hoje, tempo, lhe peço: me ensine apenas a caminhar. Pode ser passos curtos e pequenos. Não tem problema. As rugas envolta dos meus olhos e das noites mal dormidas me ensinaram que a ansiedade é um inimigo nato. Mas, tenho ânsia, sabe? Tenho essa ansiedade velada nas asas que batem para saber onde esse cheiro termina. Que me pertuba, que me deixam lágrimas quietas e solitárias. Encobertas pelo sorriso largo que você já conhece. Vida,

refaça suas perguntas. Lhe garanto que as respostas não serão as mesmas. Foram reformuladas criteriosamente dentre tantas erradas. As corretas ficaram. Energia emanada ao Universo, voe com esse tempo esquisito e justo pela vida. Mas, venha pra mim. Venha sempre que achar necessário. Porque a espero. Espero em uma ansiedade-quase-calma que inventei. Porque o cheiro nem existe mais. Nem sei se existiu um dia ou eu o criei. As pegadas ficaram na areia. Mas, sabiamente, foram apagas pela espuma branca daquela onda. E minhas asas estão batendo tanto que a brisa levou tudo aquilo que eu me perguntava o por quê estavam presas. Tenho as suas respostas, mas preciso que você faça novamente suas perguntas. Simples assim.







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