Aos poucos e bons. Sempre.

Aos poucos e bons. Sempre.

domingo, 3 de março de 2013

Faltava esse texto. Como tantos outros, eu sei. Mas esse já estava escrito há cerca de dois anos em mim. Uma tatuagem gravada mais na alma do que na pele como muitas que já tenho. Só respeitei e amei de verdade minha mãe quando me tornei uma. Sem clichê. Só maturidade mesmo. Enfim. Mas não vou falar dela. Nem daquelas que que enfrentam essa vida com alguém do lado. Vou falar das bandas de cá. Das solteiras. Ser mãe solteira é aguentar uma barra três vezes maior que o seu peso. Como aquela história que diz que a formiga carrega cem vezes o seu peso. Temos força pra dizer que somos uma família com a conta matemática somada em dois. Fazemos mercado, unha, cabelo, açougue, shopping, restaurante, parque, praia, clube e cinema com o rebento a tira colo. Assustamos nas festinhas de aniversário. E não somos convidadas para a próxima porque existe um preconceito velado das famílias convencionais. E, garanto, isso existe. A professora do colégio olha com cara de piedade, por mais que você apareça linda na reunião da escola. As mães convencionais te olham de uma maneira que diz na quietude das palavras as frases mais duras que você pode ouvir. Ser mãe solteira é assustar o cara no segundo encontro. Quando ele acha que seu sorriso poderá fazê-lo fazer parte da vida dele. Mal ele sabe que sua vida está completa. Há de separar a mãe solteira da mulher solteira. Porque continuamos mulher. Ainda acreditamos no amor. Só não aconteceu daquela vez. E pode acontecer depois. E acreditamos nisso. Não queremos ninguém pra pagar as contas e pra assumir aquilo que já assumimos. O jantar ainda é jantar a dois. Mas o celular estará do lado. E a foto ficaria muito mais linda se você estivesse lá também. Um complemento na vida quase completa. Na esperança de óculos de que gritaríamos pro mundo que a felicidade pode existir nos mais belos lugares. E então, fico assim. Vivendo você que tem medo de mim.

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