Aos poucos e bons. Sempre.

Aos poucos e bons. Sempre.

segunda-feira, 11 de março de 2013

 
De uma conversa daqui. Uns diálogos de lá. Veio minha inquieta vontade de escrever sobre essa meia idade. Daquela que já passou dos 30. Se bem que nem posso chamar de meia idade. Porque já adotaram esse termo pra outra faixa etária. Somos, então, antes de mais nada, um setor da sociedade sem classificação. Quando leio ou ouço "um jovem de 30 anos" já descordo de antemão. Não somos mais jovens. Somos um meio adulto, ou quase isso. Na verdade, somos tão mais adultos que muitos senhores e bem mais jovens que muitos adolescentes. Quem tem mais de 30 já entendeu que a vida não é fácil pra ninguém. Que você não é a pessoa mais importante do Universo. Aprendemos que não adianta chorar sentado em cima dos problemas. Eles existem e você terá que fazer o seu melhor para torná-los amenos. Aprendeu que a sua família sempre estará contigo. E que os seus amigos caberão em uma mão quando contá-los. Mas, esses, dariam a vida por você. E você daria a sua por eles. As pessoas de mais de trinta já choraram por amor. Mas, sabem que é no desamor que aprendem verdadeiramente o que é amar. Porque não aceitamos mais errar. A mão fria, a taquicardia, a ansiedade existe. Você pode até ficar com medo. Porém, já sabe muito bem o que fazer e o que não fazer pra que tudo isso jogue a seu favor e não contra. Se não o fez, foi porque escolheu que não. Porque já aprendemos que a vida é feita de escolhas. E por mais clichê que isso possa soar, é nessa idade que entendemos que existe consequências. E, então, tentamos escolher sempre a melhor forma, a melhor atitude, a melhor frase e dar o melhor sorriso. O melhor de si. E queremos o melhor da vida. Pois bem. Rimos dos caras coloridos que dizem fazer música porque somos daquele tempo do Legião Urbana. E não entendemos mais as gírias modernas. Nós nos adaptamos. Temos Iphone, Tablet, não imprimos mais papel. Entretanto, temos saudades do cheiro de álcool da prova rodada no "mimeógrafo". (Quem lembra?). Sorrimos quando trouxeram de novo o chocolate Lollo. Aprendemos que saudosismo é amadurecer. E, de repente, temos saudades do cheiro do colo da vó. Estamos quase prontos pra essa montanha russa. Mas, foi uma mudança tão rápida que a minha geração dos Anos 80 ficou gravada apenas pelas roupas coloridas. O engraçado que se bem me lembro, a internet (pelo menos para mim) chegou quando eu tinha uns 21. E parece que foi ontem. Esse mundo está muito mais depressa que podemos posso perceber. Mas sabe? Nos meus 32 anos quase completos, sou uma workaholic paulista, modo on 24 horas e tal, escondendo minhas tatuagens e meu cabelo raspado nas laterais com roupas sociais no melhor trejeito mulher madura. E  o que tenho saudades mesmo é das coisas mais simples. Tenho saudades das lições de caligrafia. E tenho saudades da minha própria letra. Porque em tempos atuais, até canetas até estão em extinção. E se não está fácil pra elas - as canetas-, imaginem pra nós, os órfãos de lá com a conectividade de cá. Lembro-me que gritava pra minha mãe que quando crescer iria ser muito diferente dela. E hoje, nesse silêncio do computador e do barulhinho das teclas aceleradas para esse texto ficar pronto eu digo a melhor frase que esses meus 32 poderia me trazer: Queria mesmo era viver como meus pais. E, concordo em gênero número e grau com o Sr. Nelson Rodrigues:" Jovens, envelheçam".
 
E por quê Maria Rita ao ivés de Elis?
Porque até ela amadureceu e viu que amar a mãe fez dela algo melhor.
E isso, eu aprendi.
Vem vida! Meus 33 estão te esperando!
 

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