Aos poucos e bons. Sempre.

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quinta-feira, 2 de abril de 2015

"A gente conserta tudo"

A procrastinação é definida como diferimento ou adiamento de uma ação.
Ela me leva a demorar dois anos para mudar as fotos da casa nova, que essa altura do campeonato já é velha. Tem dois anos.
Dois anos muito bem vividos. Gratidão é a palavra que carrego comigo hoje.
A minha casa é meu império pequeno, meu pé no chão, o lugar que mais gosto de estar depois da janela do avião.
Viajar é quase que uma necessidade básica hoje.
Muitos churrascos no recanto do pequenino quintal, muitos jantares na mesa das Casas Bahia. Muitas alegrias de conquistas solitárias compartilhadas por mim mesma na cozinha na meia luz do fogão tão desejado igual ao da Ana Maria Braga com uma cerveja aberta silenciosamente alegrada pelo cheiro de um incenso aceso.
Alguns pôr-do-sol da sacada, algumas luas admiradas ao pé da churrasqueira apagada e sentada no banquinho de madeira carinhosamente dado pelo meu pai e por ele confeccionado e  Carnaval com confetes na cozinha dividido com os amigos. Daqueles poucos, fiéis e bons.
Das paredes encardidas pela presença da alegria de ter um moleque de quase 7 anos que me acompanha nessa trajetória toda. Louca, mutável, inesperada e feliz.
Escolhi cada foto a dedo.
A dedo e com o coração.
Tem Chicago, Praga, Paris, Alemanha, Miami, Orlando. Tem sonhos em porta-retratos.
Tem sorrisos de frio.
Tem família. Meus três filhos. E não gostava de gatos. E tem uma filha.
Tem novo amor.
Tem esse Brasilzão. Que amo com toda boa fúria ingênua de acreditar que tive uma chance de vencer por aqui.
Trocar as fotos me fez hoje relembrar dos desafios por mim remoídos em noites mal dormidas, em choros de desespero, em o quanto a derrota sorria todos os dias com seus dentes cinzas e enferrujados.
Trocar as fotos me fez lembrar que o meu bebê cresceu. E eu também.
Que minhas aspirações e paisagens hoje são outras.
Hoje, ao acordar, e olhar de relance para a prateleira da sala rapidamente, correndo entre o lanche dele, minha bolsa e dois celulares em modo on full time, sorrio pra mim mesma.
E pisco para o mesmo espelho de sempre.
Mas, a devolutiva da vida é outra.
Se eu humildemente pudesse dizer algo a alguém com esse simples texto eu diria:
Seja do bem. Pratique o bem.
Todo mundo erra, claro. Eu sou cheia de defeitos.
Entretanto, uma coisa é certa: se sua energia para as pessoas forem boas, mais cedo ou mais tarde, isso volta à você,
E eu, sou a prova real e concreta disso.
Obrigada Universo.
Estou aqui e nunca mais me esquecerei a sua influência.
Gratidão eu tenho por você: VIDA
Para ouvir:
 
 



Um comentário:

  1. Nossaaa muita filosofia Budista envolvida nisso!!
    Aaaaddooorreeii Betty.

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