Todo ser humano que se respira nessa mundo ervilha tem manias. As minhas são tantas e peculiares que me pego volta e meia pensando nelas. Há de existir alguém que já deixou de me gostar por conta delas. Há quem já me gostou por elas existirem. Mania é bunda, meu bem. Cada um tem a sua. Pequena, grande, mediana, caída, malhada. Cuide da sua pra ela não fazer um você e sim, você fazer dela parte de si. Ligo o chuveiro três minutos antes de entrar nele. Tomo café com leite frio e uma colherzinha de açúcar. Quase conto os grânulos pra isso. Tenho 54 esmaltes e chego a ficar com a mesma cor dois meses seguidos. Tenho 127 pares e não pares de brincos e uso um deles por um mês sem pensar em trocá-los. Bolsas. Ah! As bolsas. Devo ter umas 20 delas. Mas o sacolão preto fica pra lá e pra cá o tempo todo comigo. Puxo com dois dedos a parte de trás do cabelo, fico alisando e sentindo o fio. Se tiver ruim, arranco. E aquela dorzinha boa faz inexplicavelmente me sentir bem. Tomo café carioca como água. É só ver uma padaria qualquer que logo penso: "Pausa pra ele". E viro aquela xicarazinha em um gole só com o atendente olhando pra minha cara. "Quanto é?". E sorrio no mesmo instante que ele pensa: " Ela é maluca, só pode". Falo sozinha. Nossa, e como falo. Pergunto, respondo e comento o assunto. Seco o cabelo cantando qualquer coisa pro espelho. Vem desde MC. Catra até Chico Buarque passando por Florence in the Machine. Guardo todos os papeizinhos amarelos dos recibos do cartão na carteira até ela não fechar e explodir como quase um sorteio dentro da bolsa. E depois os jogo fora, sem conferir nenhum, é claro. Tenho um creme de mão em cada bolsa. E cada bolsa é como quase um tesouro perdido. Quando uso outra sem ser o sacolão preto, descubro uma escova de dente nova, fio dental e um batom. Tenho a péssima mania de não saber qual é o saldo da minha conta. E muito menos lembrar qual dia do vencimento das outras delas. Pago todas no mesmo dia. Que não sei bem qual é. Mas a agenda não fecha mais e então, me lembro que tenho que passar no banco porque tem 20 delas lá dentro. Tenho TV por assinatura e ligo sempre em um só canal. Durmo com a TV baixinha como uma música de acalento. Escuto a mesma música dez vezes por dia. Mas posso destetá-la como em um piscar de olhos. Adquiri a mania de ouvir mais do que falar. Mesmo tendo opinião formada sobre quase tudo. Tenho mania de andar de all star aos finais de semana, não importando a roupa. Desenhei e desenho meu corpo com tatuagens. Uma mania difícil de explicar. Falo um linguajar próprio com o meu filho. Mudamos os nomes das coisas. A frase: " Você faz meu Nesquik?", se tornou: " Mamis, você faz Nequiskóviski?". O porta malas do meu carro é um mochilão. Você encontra sapato, calça, maquiagem, papéis de trabalho e até pacote de bolacha. Tenho quase 30 canecas. Mas, tomo sempre na mesma. Uma da Thinker Bell. Não tomo cerveja em latina. Prefiro no copo. Tenho 5 caderninhos de anotações. Tenho mania de fotos. Minha casa é regada delas. Coleciono rolhas. Muitas delas. Umas com datas e outras não. 3 livros na cabeceira. Dois celulares em modo on. Tenho mania de lavar roupa. E ( Meu Deus! ) ficam todas sem passar empilhadas no canto da cozinha ao ponto do armário ter mesmos lá dentro do que fora. Tenho uma mania muito boa ( acho ) que é de olhar pras pessoas. E de cultivar amigos. Dos mais variados espécies e famílias. Tenho uma ótima mania de aceitar as manias dos outros e quem são ou sejam eles. Essa é minha poesia. Qual é a sua?
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