Aos poucos e bons. Sempre.

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sábado, 26 de março de 2011

Esses dias que estão passando como nuvens cinzas, às vezes, seguidas de um sol brilhante que chega a doer os olhos de tão bonito, fiquei pensando (e muito) em escrever sobre o amor. Acredito que este texto já estava em mim à tempos, mas estava guardado naquele sonho bom que chega a ser quase infantil de uma boa mulher que vive se arriscando pela vida.
Devo confessar que tive medo em fazê-lo. Escrever sobre o amor assim ... para as pessoas entenderem, para eu entender, é uma responsabilidade muito grande. Mas, o fiz.
Pesquisei um pouco. Li muito. Meditei. Pensei. E fiz o que mais gosto de fazer: ouvir.
Ouvi todo tipo de pessoa. Ouvi minha vizinha, minha secretária, meu chefe, minhas amigas, meus amigos, eu mesma, meu filho ... ouvi o rádio, o cd, a música ... tudo ... todos ... claro que não nessa ordem...
Entretanto, vou começar citanto os mais famosos...
Clarice Lispector diz que o amor é um cálculo de matemática errado, que somando as incompressões que se ama.
Vinícius de Moraes, poeta e diplomata, o branco mais negro que ele conhece ressalta que "Amar sozinho. Ai de quem ama. Vive dizendo: Adeus, adeus." Explicado. Aquariano, dez casamentos.
Quem sou eu para dizer que ele não sabe o que é amor...
Elis Regina, morta aos 36 anos, por overdose da vida, separada do seu grande amor: "O amor não me compete, eu quero é destilar as emoções... "
Bom, piscina são assim. Somos tudo, ou não somos nada. Eu nasci no mesmo dia que ela...
Chico, o Buarque, eterno solteirão mais cobiçado dentre as mulheres, com a voz mais calma e sexy que alguém pode ouvir, dono de uns olhos verdes, diz que " Quando amo. Eu devoro. Todo o meu coração.Eu odeio. Eu adoro. Numa mesma oração".
Eu digo: está sozinho.
Vamos aos filósofos. Nietzche é um cara visionário. Não sei. Fui obrigada a ler em uma disciplina do mestrado e apaixonei. Por ele. Pelas idéias. Pela visão. Mas, parei. Ainda não é pra mim. A cada página, voltava uma pra entender o parágrafo seguinte. Talvez daqui uns cinco ou dez anos.
E ele diz que " O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são."
Fiquei então mais confusa do que o natural... então, fui buscar a causa... o início. Ele. E então, Freud me respondeu que "Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada! "
A religão mulçumana diz que o amor vem da convivência, o que é superior a nós - segundo Alah- que o amor é destruído com a convivência.
E eu concordei.
Mas não tinha chegado a lugar nenhum....
Tinha que chegar ao princípio de tudo... busquei antes .... bem antes de tudo ... E ENCONTREI!!!
"Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem." - SÓCRATES.
Pois é... um amor de uma mulher é e pode dar além do que qualquer pessoa possa imaginar do que seja. É visceral.
E consegui entender quando alguém diz que é normal as pessoas se separarem e que a vida continua. Eu digo: não era amor.
Amor dói. Sangra. Demora a cicatrizar.
Eu. Bom, eu quero comparar o amor com andar de bicicleta.
Tem gente que nunca andou. Tem pessoas que anda de bicicleta e que nem leva em conta que estão fazendo.
Tem pessoas que andam de capacete, de joelheira ... sempre tão armados ... seguros....
Tem aquelas que andam com rodinhas de apoio e nunca conseguem se livrar delas, só conseguem pedalar se forem com elas ...
Tem aquelas com cestinhas, mais antigas, seguindo os padrões pra não fazer feio e ser descolada ...
Bom... eu ... toda vez que eu ando de bicicleta é como se fosse a primeira vez.
Eu fecho os olhos e sinto o vento no rosto ...
O que vem depois eu não sei, só sei andar e pronto.
Mas, NUNCA, me esqueço de fechar os olhos e esperar que aos abrí-los algo surpreendente me desperte para vida. Para ele. Para o Amor.
Nunca usei capacete. Nunca tive medo em andar de bicicleta.
Só sentia o vento. Aquele vento. Que você fecha os olhos e não sabe mais onde começa você e termina outra coisa. Isso é amor.

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