Aos poucos e bons. Sempre.

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Run Lola. Run Forrest.

Veio assim este texto como um impulso grande e inquieto. Um cuspe no espelho que voltou nojento pra minha face. O fato se deu quando uma amiga me cobrou o por quê de tanto tempo sem escrever. E minha resposta foi tão egoísta e deprimente que me senti envergonhada. Fiquei remoendo aquele meu comentário. E enfim, achei essa foto.
Corri feito Lola. Corri descabelada e ofegante. Quase morri a cada quarteirão. Suava muito. Sofria. Entretanto, continuava a correr. Flashes passavam. Munida deles, corria mais. Corria pra longe deles. Tinha foco, diferente de Lola que corria pelos flashes. Eu corria deles. No making off desse filme, a atriz fumante inrreverssível confessou que, na verdade, toda a corrida ilustrada na batida da música era apenas uma tomada filmada. Remontanda mil vezes para o filme ter corpo.
E foi isso até aqui. Corri sempre pro mesmo destino. Feito por mim de inúmeras formas.
Forrest. Forrest é a vida. Ingênua, irritante por vezes, singelo no ver das coisas. Lola se irrita porque Forrest corre sem flashes. Ele corre e passa por tantos lugares e tantas pessoas pelo simples fato de correr. Não sofre. Faz de si o prazer quase que de vida por isso. E ela, a Lola, faz o prazer ser de morte. Leva o seu extremo. Ele leva a paz, sem ter o extremo de absolutamente nada como seu objeitvo.  Ele não sente nada. Ele passa. Passa como os dias. Como as noites. Como as luas lindas pela janela. Passa tanto que se você não ver sua barba crescer, nem se dá conta dos dias que deixaram de ser.
Lola tem vontade de vomitar porque correu tanto e seu corpo não aguenta mais.
Forrest senta em um banco pra contar suas histórias.
Lola é o coração. É alma. É sentimento. Suor, cansaço, frustação, desespero, agonia e medo.
Forrest é a vida. É alma controversa do sentimento. Calma, vento bom, pôr-do-sol, mar, plenitude, felicidade.
Quando coração e vida se encontram, a princípio se chocam como a foto.
E foi isso. Esse choque tem que existir.
Na minha visão, os dois sentarão um dia numa canga em uma praia com um vento bom na nuca e a maresia vibrante. Com cheiro de calmaria. De colo de vó.
Ele (a vida) tomando água.
Ela (o coração) tomando wisque.
Ele: E aí? Vai parar de brigar inconsciente comigo?
Ela: Sim. Cheers. Brindaremos. Eu como meu coração não sobrevivo sem você.
Ele: E eu, seria uma vida dessas muito sem graça sem você.
Vida e Coração: plenitude.
Não sei a receita, mas já entendi dos ingredientes:
2 Lolas
1 Forrest.
 
 
 

Um comentário:

  1. Mas o que Lola talvez não perceba, é que há tempos Forrest não corre mais pelo simples fato de correr. Corre da ausência que restou do choque entre vida e coração. E ele, sem rumo, continua correndo - talvez sonhando que esse dia de praia venha realmente a acontecer, e podendo descansar no colo de Lola, dividam juntos um primeiro pôr-do-sol. Cheers!

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