Aos poucos e bons. Sempre.

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sábado, 28 de setembro de 2013

O cheiro meu. Pra você descobrir o seu.

Este texto aconteceu assim:
"Mas, eu sentia uma dor física. Sabe? Doía mesmo. Doía lá no coração. Fiquei dias sem comer. Acredita?"
Eu sorri pra confidência da amiga momentânea. Eu nem sequer sei o dia do seu aniversário. Mas ela me confidenciou algo que talvez nem a melhor amiga dela tenha conhecimento.
"Sei." - respondi.
Tenho esse traço na minha personalidade.
Deixar as pessoas à vontade.
Sempre pergunto:
"Como foi pra você?".
E hoje é difícil alguém querer saber como foi realmente a história "pra você". Porque somos minadas com:
"Não liga pra ele."
"Você é maior que isso." - quando na verdade você não quer ser maior maior ou menor, você só quer ser o que tem vontade.
A confissão acontece porque talvez elas saibam que o julgamento da minha parte não existirá.
Talvez porque elas enxerguem em mim o mesmo que eu: o além daquele sorriso falso e da frase "sou toda certinha na vida."
Quem dita ao crescer o que é certo?
Você constrói o seu certo.
Enfim. Isso é ótimo. E aos poucos estou aprendendo a ter essa capacidade inerente a mim como algo bom e quase como uma consulta psicológica. Vem a mim e morre em mim.
Tenho amigos que se machucaram mesmo fisicamente pra tentarem reprimir a dor física de amor que sentiam. E eles não são nem piores nem melhores quando comparados aos ditos "normais".
O fato é que, depois disso tudo, fico remoendo essas confissões e sorrisos despretensiosos.
Chego a conhecer o melhor da pessoa sem ela saber disso.
E, assim, vou descobrindo essa coisa toda que é o ser humano.
Acho muito bonito essas pessoas que sentem a dor fisicamente.
Dói mesmo.
Da mesma maneira que é fisiológico sua borboleta na barriga.
Você tem boca seca. Você perde as palavras. Você é envolvido na emoção lá da felicidade que se manifesta como uma dor. Mas, uma dor boa. Que nem é dor. É plenitude.
E hoje, nesse mundo tão sem contato e dor (seja lá qual ela for) , seja boa ou ruim, eu penso que a paz de viver em paz pode estar em qualquer lugar.
Como numa sacada de casa, tomando uma cerveja e escrevendo.
Você aprende, com o tempo, que as dores são engolidas.
Por você.
Pra viver bem e "normal".
Pra não enxergarem de verdade que tristeza existe.
Ela pode estar tão latente a ponto de você sentir um enfarto sem tê-lo.
Ela pode não estar latente ao ponto de você se ferir de propósito.
Mas, ela sexiste.
E dói. Uma dor física. Às vezes mais. Outras menos.
Ainda estou por esperar alguém nessas confissões despretensiosas dizer:
"Sou feliz e me basto em mim por isso."
Eu lamberia cada centímetro dessa frase como um sonho bom ou um sorvete de menta com chocolate.
Minha dica é:
Guarde os cheiros dos momentos.
Eles não mudam. Bons ou ruins.
Sempre tenho uma memória quase que gustativa do que não me dói. E aqueles que não.
Não importa a pessoa ou o momento vivido.
E hoje escrevendo esse texto, eu fechei os olhos e lembrei de uma felicidade longíqua:
Colo de vô.
Cheiro de panela de pressão de feijão na casa do pai.
Amor dói. Morre. Amortece.
Cheiro sobrevive.
Respirei o cheiro da sacada da casa nova (já velha), mas primeira vez habitada por mim.
Com Ipad no colo, Heinekein e um cigarro quase que apagando.
Cheiro é pra sempre.
Ainda não sei onde está minha paz.
Mas, sei bem, onde estão meus cheiros:
Na brisa do mar, no pôr-do-sol, na lua linda da janela e na orelha do meu filho.
Descubra você a sua felicidade.
O seu cheiro.
Texto esse irrigado com:
http://www.youtube.com/watch?v=C-dW7z0QBNg

3 comentários:

  1. Fdp! Escreve bem pra caralho! Pqp. Alem de linda e gostosa!! Kkk deve ter pelo na teta chulé ou bafo!! Kkk nao da pra ser perfeita né!! Kkkk Congrats
    Miss u! Bju. Andre 58

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    Respostas
    1. Tenho chatice crônica, que é pior que cabelo na teta e chulé! Há há há :) Beijo seu lindo!

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    2. Tenho chatice crônica, que é pior que cabelo na teta e chulé! Há há há :) Beijo seu lindo!

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