Aos poucos e bons. Sempre.

Aos poucos e bons. Sempre.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Sobre o amor, castelos e groselhas.

Nota da autora: história fictícia. Faça seu castelo.
Para ouvir:

Ele nem sabe o quanto eu gosto de andar de mãos dadas. Gosto do jeito que ele anda e segura minha mão que fica bem pequena entre a sua. Segura meio pra cima da sua cintura, me levando entre seus passos.

Gosto quando ele dirige e coloca sua mão na minha perna. A cumplicidade que permanece densa no ar é a mesma que quando andamos juntos. Como uma leve brisa meio fria de uma tarde de outono. Conforta e agrada.

Choro de rir das besteiras dele. Lágrimas de alegria que podem em um segundo se transformarem em tristeza e desespero ao pensar em perdê-lo novamente.

Faz-me sorrir feito criança e em um instante fecho os olhos bem apertados agradecendo aquela música de fundo que sempre ouço quando isso acontece. Se parassem esse milésimo, creio que teria cheiro e som de inocência, como a chuva que bate de leve na janela e acaba por ninar um sono breve.

Adoro quando ele se aconchega na cama e levanta o braço oferecendo seu colo. Acolhe-me e protege. Se houvesse a possibilidade ver as de cores desse quadro do dia, seria azul alaranjado quase vermelho rosado, como um pôr-do-sol de inverno.

Demoro pra pegar no sono sentindo sua respiração na minha nuca. É quente. Quase morno. Levanto com as mãos meu cabelo no travesseiro com a desculpa de que é pra ele respirar melhor. Mas no fundo, é pra sentir sua expiração que exala a oração que gostaria de ouvir todos os dias antes de adormecer.

Suas mãos acompanham algumas de suas falas, se movimentam de um jeito só dele à medida que ele se expressa como se fizessem parte de uma de suas frases. É tão dele essa mania que se torna sutil quase que despercebido para os menos atentos em cada detalhe que o torna um homem tão único.

Amo aquele cheiro que ele tem. Aquele que fica atrás da sua orelha, entre sua barba, no seu travesseiro e na gola da camiseta. quele que fica atrmpre estamos, lhe que ele possui bido pra aqueles que npressa, de um jeito sSe tivesse a quilômetros de distância como quase sempre estamos, o reconheceria com uma inspiração rápida em qualquer um desses lugares. É engraçado sentir o cheiro e lembrar da pessoa. Lembro-me de alguns momentos vividos com cheiros. Recordo os detalhes e guardo quase todos os momentos com ele dessa maneira.

Arrumo-me esperando que ele elogie. “Você está linda”. – ele fala. Sempre a mesma frase. Entretanto, com a singularidade de cada roupa, maquiagem ou jeito de arrumar o cabelo.

Certo dia, ele me perguntou por quanto tempo eu achava que duraria uma paixão, ou a nossa paixão que fosse. Demorei um tempo pra responder, queria achar a melhor das melhores colocações ou frases de efeito com fundo em amor eterno e tudo mais. Nem lembro direito o que respondi. Lembro-me apenas de dizer que seria sempre apaixonada por ele.

Hoje, escrevendo esse texto, eu diria que fôlego não há de faltar. Eterno é muito distante e difícil de sentir os cheiros ou ver as cores. O que há de especial mesmo é ter o que escrever com uns simples minutos de cada dia que compõem nosso breve cotidiano, quando ele vem lá de longe e vou buscá-lo ansiosa para ver aquele sorriso e já pronta pra viver todos esses detalhes mais uma vez. 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mais de 30 e estar sozinha.

 
 
Hoje li 12 coisas sugeridas que deveriam serem feitas sozinhas. Você por você mesmo. E completei as 12 já há um tempo. Tempo presente inclusive. São elas:
1) Sair pra comer sozinha: Coleciono o "Comer e beber" - da Veja. Dobro as páginas que me interessam de restaurante. Me planejo e vou. Problema: a comida é muita e você tem que ter o bom senso e a educação de pedir o que sobrou. Já tomei café da manhã com o melhor Taco de SP da janta de ontem.
2) Sair pra tomar um drink: tomei três deles e saí com o telefone do Barman pra ligar depois. Se liguei ou não, não vem ao caso.
3) Viajar sozinha: Já. E tenho as melhores histórias sobre quem conheci e fiz amizade. E hoje fico na casa delas quando preciso e solicito.
4) Ficar em um hostel: fiz um dos melhores amigos em Salvador numa escada de um hostel e numa conversa despretenciosa depois de muita bebedeira. Tinha preconceito de dividir quarto e banheiro até entender que, assim como eu, muitas pessoas viajam sozinhas e nem por isso roubam sua carteira e sua maquiagem.
5) Ver um filme: esse é meu predileto. Poderoso Chefão e Kill Bill de pijama no final de semana todo. Nota: De pijama, comendo brigadeiro de colher e tomando vinho. E China in Box delivery.
6) Ir a show: Miranda Kassin no Studio SP. Sozinha, dancei, tomei meu Gin Tônica e dancei mais. Conheci um produtor e uma estilista. Que conversamos até hoje. Ela me dá dicas de cabelo.
7) Compras: as melhores sozinha. Três óculos de grau pra combinar com as roupas. Um café no intervalo e observar as pessoas. Três camisas pro trabalho pra combinar com os óculos e nenhum biquini.
8) Ir a praia: bate e volta silencioso no Guarujá. Com direito a comer camarão de almoço e pôr-do-sol de janta.
9) Exercício: skate no porta-mala e rumo a marquise do Ibirapuera. Ou só ver porque machucou o pulso. Caminhar no clube dando bom dia as velhinhas no melhor som de Metallica na play list.
10) Ir a uma festa: de casamento das amigas. 
11) Ir a um museu: exposição do David Bowie e sair cantarolando Heroes. Baixar no celular e virar toque de despertador.
12) Cozinhar em casa: café-da-manhã de domingo com ovo mexido com meu segredinho, frutas da feira compradas às 6 horas da manhã. Lazanha de almoço. Vinho aberto e Elis do CD da Folha de SP de fundo.
O difícil nem é fazer coisas sozinhas. O difícil mesmo é você acostumar com elas.
E quando você se acostuma, cresce. Já tem mais de 30.
Entende que tudo ficará bem, só depende de você.
E que se isso você fez por você mesma, consegue  imaginar o quão poderá ser  feliz quando encontrar um pé pra encostar no seu ao dormir.
Se permitir estar sozinha. E não ter solidão.
Façam isso por vocês.