Aos poucos e bons. Sempre.

Aos poucos e bons. Sempre.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A MINHA COR

Uma garota avoada. Minha mãe escolheu meu nome assim desse jeito porque era de uma mulher forte. Ela quando conta isso fica muito bonito porque fala amorosamente. Sou a única mulher na imensidão de tantos homens que regem minha família. Tenho um coração maior do que o mundo, cheia de sentimentos, desejos e paixões. Sou filha de Oxun. Tenho a Nossa Senhora de Aparecida como minha padroeira por vontade própria. São Jorge no pingente e na camiseta vermelha porque visto seu manto e me armo com suas armas. Sou daquelas que não se arrependem por não ter tentado. Orgulho e amor próprio passam longe quando amo. E amo visceralmente. Queria mesmo era ter um amor tranquilo. Ainda não encontrei. Dou minha roupa por um amigo. Gosto de falar para eles: "mi casa, su casa". Porque sinto assim. Minha casa é meu império. Adoro cozinhar para as pessoas. Ali ponho meu carinho. Aprendi com meu pai. Não suporto mesquinharia e gente fria. Sou sentimento. Quando as pessoas não entendem e acham que tenho que ser "adulta", ser racional, falam com ar de superioridade para me atingir, fico triste e magoada. Depois me regenero de uma forma tão esquisita e penso que elas é quem têm que experimentar mais suas emoções. Elas é que são imaturas em não ouvir seu coração. Não tinha encontrado meu complemento até ter meu filho. Ele, um geminiano falador, me deu um objetivo nessa vida dentre vários: vê-lo feliz. E assim, entre meus sentimentos e as falas dele, completam meu dia. É bonito de ver que ele fala por mim, mesmo com tão pouca idade. E o amor que sinto por ele não existe de tão grande, puro e sigelo. Não imagiaria até aqui amar alguém mais do que a mim mesma. Amor é uma palavra que rege minha vida. Vou apanhar muito dela por isso. Já joguei minha sorte ao vento. E depois corri tentando alcançá-la e não consegui. Hoje varro a lua. Carrego minha casa, meu império, nas minhas costas. Aprendi a ser do mundo. Minha felicidade vai para onde vou. Carrego ela no pôr-do-sol e no cinema sozinha daquele filme que tanto queria ver. Parei de magoar as pessoas por me satisfazer. E isso me fez uma pessoa melhor. Os livros na estante já não têm tanta importância. Vale mesmo aqueles que carrego na bolsa e passo lendo dentro do avião. O meu amor eu invento. É o preço da maturidade. Acho estranho quando as pessoas falam que eu sou forte. Porque não sou. Mas a vida me engoliu , hoje sei que aspirar as fraquezas pra debaixo do tapete faz parte da vida. E faço. Acredito nas pessoas. Adoro sorrisos em geral. Desde os da criança até os meus e os seus. Sorrir com os olhos fechados é um dos momentos mais lindos de viver. Se doer a barriga então, fica mais delicioso. Uma grande amiga minha diz que "uma boa mulher traz um sorriso no rosto e mil segredos no coração" (CL). Concordo de olhos fechados e com um sorriso no meu rosto. Agora dou valor ao tempo que passo do lado das pessoas e em lugares diferentes. Porque hoje sei que alguns dias mornos e doces não voltam mais, mesmo que a sua felicidade esteja presa lá. Adoro janelas. Do carro, do apartamento, do avião. Ver uma janela aberta de uma casa e conseguir ver uns centímetros do que tem lá dentro é como ver a alma de uma pessoa. O pôr-do-sol da janela do avião é um dos quadros mais mágicos que alguém pode sonhar. E tenho preguiça daquelas pessoas que finjem dormir e perdem esse espetáculo. Às vezes, posso até me sentir um pouco só. Solitária em meus sentimentos e "achismos". Incansável na luta para descobrir onde estará meu sossego, minha paz. Para me acalmar dentre meus anseios e receios depois de escrever e compartilhar esse texto, lembrei de uma das imagens mais queridas que tenho comigo. Lembrei da minha árvore. O ipê amarelo. Uma árvore quase sem folhas, desarpecebida dentre tantas outras. Geralmente sozinha. E fica linda. Muito linda quando floresce nessa época do ano. Suas flores amarelas caem com o vento no chão, espalhando a energia da sua cor : esperança.










sábado, 11 de junho de 2011

Ser simplesmente feliz.




Não faz muito tempo que fui ingênua o bastante pra dizer em alto em bom som para aqueles que me cercavam e pra mim mesma que era muito fácil ser um grande pensador. Desses que se isolavam em montanhas e se escondiam atrás da religião para propagar para o mundo o quão eram bons e amavam à todos. E hoje me envergonho desse meu ato. Porque hoje sei e entendo o quanto é difícil convivermos com nós mesmos. O quanto é difícil você realmente calar-se perante a vida para poder sentir e enteder tudo aquilo que ela nos dá. O quanto é difícil calar-se perante as injustiças, injúrias, tropeços e ser humilde para encarar as vitórias. Conviver sozinho consigo mesmo é uma das tarefas mais cruéis e difícieis antes de abocanhar outra pessoa para estar ao seu lado. Você só trará felicidade para outro quando você está feliz consigo mesmo. Entende o grande significado do "silêncio é uma prece". Hoje entendo que, isso não tem absolutamente nada a ver com religião e sim, com estado de espírito. Às vezes, ouvir vale muito mais a pena do que falar. E, como diria uma grande pessoa que conheço, temos dois ouvidos pra ouvir e uma boca apenas para falar. A natureza anatômica do ser humano é sábia. Talvez tenha descoberto tudo isso a tempo. Tempo de conviver e viver muito melhor ao lado de muitas pessoas que passarão por mim. Ao ponto de me permitir uma montanha com meu retiro diário ou sempre que quero ou preciso. Costumo hoje brincar que, quando estou em silêncio, estou "plantando e regando meus bonzais". Quem escuta ri. Tem pessoas que até dizem que também estão em silêncio também porque estão esperando-os crescerem. Hoje páro e me permito apenas ver alguma paisagem linda. Sinto o vento. Silenciosamente agradeço. Nem sei ao certo pra quem ou por quê, mas o faço. Ainda falta amar meus inimigos, parar de comer carne vermelha e deixar de beber e fumar. Falta muito então. Fica pra outra encarnação. RS. Se bem que, há quem diga que quem é pisciano é a última prova. Porque somos todos sentimentos. Bons e ruins. Não sei se é coisa de pisciana ou não, só sei que finalmente entendi e aceitei que a grande frase de tudo: " Tudo está certo e nada resolvido". Porque não resolvemos nada, apenas aceitamos o que a vida lhe dá. Temos escolhas sim. Entretanto, o que é mais bonito nisso tudo é encorporar bem aquelas que fizemos e viver bem com aquelas que fizeram por nós. E está aí a beleza disso tudo: ser feliz em pequenos momentos. E sou. E gostaria que todos fossem.